sábado, 4 de outubro de 2008


Sobre a obra
“Amar, verbo intransitivo” é um romance experimental de Mário de Andrade, com propostas modernistas, publicado em 1923.
No livro, o autor busca captar a alma da mulher por meio de uma das maiores personagens femininas da Literatura Brasileira: a governanta alemã Fraülein.
A profissional chega a São Paulo com a missão de iniciar um jovem da elite nas artes do amor. Os serviços foram contratados pelo próprio pai do garoto.
A obra é também uma oportunidade para Mário de Andrade criticar a moral e os costumes das ricas famílias paulistanas.
Queridos internautas (alunos Liceu)assistam ao clip, pesquisem sobre e deixem aqui seus comentários। Estou aguardando ansiosa pela participação devocês। Um super beijo।

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

 
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ETP E SEDUC UMA PARCERIA DE SUCESSO!!!!!!
 
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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Olá pessoal leiam e comentem o acordo ortográfico. Este espaço é nosso fiquemos a vontade. Façam suas considerações, vamos debater sobre as novas mudanças. Aguardo a participação de todos. Veja o link abaixo. Este material está muito interessante.
http://www.moderna.com.br/acordo/guia_acordo.pdf

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

PARA PENSAR

"Quando abri os olhos, era perto de nove horas da manhã. Tinha sonhado que o sol, trajando calção e meia de seda, fazia-me grandes barretadas, bradando-me que era tempo, que me levantasse, que fosse ter com Henriqueta e lhe dissesse tudo o que trazia no coração. Já lá vão vinte e um anos!”

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Trabalho realizado em sala e publicado na SELLP - Semana de Estudos Linguisticos e Literários de Pau dos Ferros

UM OLHAR SOBRE O ARTIGO DE OPINIÃO EM SALA DE AULA:
AS CONTRIBUIÇÕES DO TEXTO PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR PROFICIENTE

Edmar Peixoto de LIMA
Escola de Ensino Médio Liceu de Crato

RESUMO:

Este artigo é resultado de um trabalho realizado em sala de aula de uma escola pública na cidade do Crato-Ceará com alunos do 2º e 3º anos. Partimos do pressuposto de gênero como ação social e da perspectiva de que é impossível haver comunicação se não através de algum texto. A abordagem interacionista foi utilizada como fator preponderante para o processo motivacional que auxiliará no processo da aprendizagem. Durante as aulas foram realizadas oficinas de textos com o gênero artigo de opinião, cujo objetivo era desenvolver a capacidade do aluno em participar dos eventos comunicacionais, com argumentos convincentes, formar opiniões e defendê-las com determinação e segurança. Por que artigo de opinião? Por ser de fácil acesso ao aluno, já que o canal de circulação facilita o manuseio, pela relevância social do texto, por partir de um fato polêmico, que exige uma tomada de posição do leitor e da importância dos vários diálogos existentes. Estes fatores são fundamentais para o processo de formação do cidadão e deve ser função da escola capacitar o aluno para várias leituras. Com a realização destas atividades podemos perceber o crescimento do aluno na organização do discurso em sala e no compromisso com as tarefas desenvolvidas.

PALAVRA-CHAVES: Gêneros textuais, artigo de opinião e o interacionismo.

Considerações iniciais

A leitura é uma atividade que permeia o ambiente cultural e social do ser humano independente do seu desejo, é uma habilidade a ser adquirida desde o inicio da convivência em comunidade e praticada de várias formas no decorrer da vida. Ler com o propósito de entender, de conhecer algo, ler para aguçar a imaginação, por curiosidade ou apenas por prazer, ler para resolver problemas. O indivíduo que lê sente-se estimulado a participar efetivamente na construção e reconstrução da sociedade.
Ao tratar da leitura em sala de aula, a discussão que emerge acerca desta problemática leva professores e alunos a refletir em que condições seriam mais favoráveis à aquisição desta proficiência, já que o estudante demonstra a necessidade de dominar e desenvolver a habilidade com competência.
Quando questionados acerca das dificuldades existentes na leitura, o discente atribui à escola a falta de objetividade na aquisição e no desenvolvimento leitor. E acrescenta em suas análises que apenas o professor de Língua Portuguesa demonstra preocupação com o assunto e na maioria das vezes tudo não passa de, somente, mais um conteúdo a ser cobrado nas provas bimestrais.
Diante deste quadro propomos este trabalho que é resultado de um projeto realizado em sala de aula de uma escola pública na cidade do Crato-Ceará com alunos do 2º e 3º anos, cujo objetivo é, além de proporcionar mecanismo para uma leitura mais eficiente e comprometida, despertar o interesse do aluno para a necessidade de ampliar os conhecimentos, buscando ser mais um elemento de mudanças no que se refere à construção de sentido dos textos em situações de comunicação.
A perspectiva de gênero como ação social parte da idéia de Bazerman (2005 p.31) de que os “Gêneros emergem nos processos sociais” e que é importante o processo comunicativo para a utilização dos gêneros, já que não se concebe a comunicação sem a presença de textos.
Utilizamos o gênero textual artigo de opinião, por ser de fácil acesso ao aluno, já que o canal de circulação (revistas, jornais) facilita o manuseio, pela relevância social do texto, por partir de um fato polêmico, que exige uma tomada de posição do leitor e da importância dos vários diálogos existentes. Estes fatores são fundamentais para o processo de formação do cidadão e deve ser função da escola motivar o aluno para as várias leituras que envolvem o cotidiano.
As atividades desenvolvidas, durante o trabalho, proporcionaram a visão interacionista da leitura, já que a participação dos alunos e professores foi fundamental para a construção e reconstrução dos sentidos existentes em cada artigo lido, discutido e analisado.
As aulas de Língua Portuguesa foram divididas em oficinas com temas específicos e textos diversos, que pudessem auxiliar o bom desempenho dos trabalhos. Os alunos foram “convidados” a participar de cada evento textual como atores principais, já que as aulas exigiam que o grupo tomasse posição diante de cada fato, contribuindo com o conhecimento de mundo pertencente a cada um e compreendendo que todos são responsáveis pela construção de significados. Não cabendo somente ao autor do texto a responsabilidade de emitir seus argumentos e idéias, mas do aluno também ser o co-autor no processo comunicativo.
O texto como ato social exige dos interlocutores a utilização de textos específicos a cada situação, cobrando uma participação mais atuante e um maior compromisso com o dizer, sendo importante a postura argumentativa na tomada de posição nos debates e discussões. Isto gerou no aluno a necessidade de participar dos eventos textuais e sociais em que a leitura além de ser algo pertencente à comunidade escolar é acima de tudo um elemento que atravessa os muros acadêmicos e toma proporções concretas de ações sociais.
Durante a realização do projeto percebemos que a leitura possibilitou o acesso às várias leituras. A escola demonstrou ser o espaço de produção de conhecimento. E o aluno se apresentou mais consciente da sua função em sala de aula e de ser mais responsável com as múltiplas atividades essenciais à vida em comunidade.

A leitura com gêneros textuais na escola
A escola é o espaço de produção de conhecimento e muito tem sido feito para que se obtenha sucesso nos objetivos pretendidos, mas como fazer para que os alunos desenvolvam as habilidades de leitura e escrita satisfatoriamente? Como melhorar os índices de aprendizagem? O que fazer para que a leitura deixe de ser vista como algo chato, inapreensível e passe a ser algo que promova prazer e que motive o processo da aprendizagem?
Sendo a leitura um instrumento fundamental e essencial na compreensão de mundo, é necessário que haja um empenho maior na tentativa de desenvolver atividades que visem a aquisição e desenvolvimento desta habilidade. Acreditamos que a partir de atitudes mais amplas e redefinidas os docentes poderão colaborar para que os alunos encontrem na leitura um importante veículo de comunicação e integração social com o mundo moderno.
A leitura só provoca interesse quando faz sentido, interage com o leitor, provoca novas descobertas, estimula a criatividade. É preciso incentivar o grupo a exercitar-se na arte de pensar, captar as idéias e criar suas próprias idéias.
As aulas de leitura devem ter como objetivo principal desenvolver atividades que exijam reflexão e produção de um novo texto, para isso devemos utilizar a criatividade que existe dentro de nós, sempre usando a palavra como veículo de nosso pensamento, desenhando através da “arte da palavra escrita” um texto original, diferente, como se fosse nossa obra de arte.
Segundo Chiappini, “A dificuldade de a escola trabalhar a linguagem e o quanto que ela pode ser invisível mesmo para aquelas que lidam com ela o tempo todo” (2001 p.10) tende a dificultar ainda mais o trabalho com o texto. Embora o professor busque realizar algo diferente em sala, algumas metodologias consideradas “consagradas” impedem que o novo surja. O ato realizado com a idéia de obrigação e “tem que ser assim” faz com que algumas atividades percam a objetividade e transformem-se em atitudes mecânicas, impedindo a criatividade dos participantes.
A escola deve ter a preocupação de trazer para a sala de aula textos que possibilitem o crescimento social do educando, capacitá-los ao uso da língua com competência e liberdade. Quebrar as “amarras” do livro didático, das receitas prontas e partir para uma ação compartilhada, deixando os alunos à vontade para participar da aula como co-autores dos discursos realizados, deixando claro que não cabe ao professor, ser o único, no processo, a dominar o saber, mas que os próprios alunos podem e devem contribuir para que a ação se realize com sucesso e que os objetivos de ambos (professor e aluno) sejam atingidos.
Este relacionamento também deve fazer parte da interação entre leitor e texto, para que se possa pensar em construção de significados. Embora os leitores iniciantes ainda não tenham compreendido o processo necessário, é importante mostrar o valor do outro na tarefa de construção e reconstrução dos conhecimentos. O sentido do texto pode ser interpretado a partir de sinais explícitos e implícitos levando o leitor a co-participação no processo de interação textual.
A ação leitora que exige do aluno uma participação direta, clara e objetiva demonstra a importância de “ultrapassar os limites do texto” e atuar em contextos reais de comunicação construindo e reconstruindo conceitos de forma a compreender o mundo, o outro e a si mesmo, este deve ser o desafio da escola enquanto perspectiva de leitura.
Em face destes desafios, utilizar o gênero textual em sala é um elemento de auxilio e que faz a diferença no sucesso da ação escolar, já que “os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia” (Marcuschi, 2005 p. 20). A partir da perspectiva de texto como atividade interligada ao contexto social do aluno surge o artigo de opinião que exige um leitor crítico, comprometido com acontecimentos do cotidiano e contribui para a formação do cidadão, uma vez que aborda assuntos das mais diversas categorias.
Ao ler um artigo, o individuo sente a necessidade de dar a sua opinião, pois o convite implícito é feito e exige uma tomada de posição. É importante ainda, identificar os argumentos apresentados para ampliar, questionar e/ou refutar as idéias, de forma que fiquem claras as posições do autor e do leitor frente ao assunto.
O fato de o artigo partir de uma notícia, geralmente polêmica, também contribui para o debate e amplia o nível de discussão. Por estar na mídia faz com que o aluno se envolva levando as discussões da sala de aula para outros espaços sociais que ele participa. Esta contextualização do texto facilita a aprendizagem, pois faz parte do cotidiano do aluno e ele percebe que não é algo distante da realidade, mas que faz parte dela.
A escola é o espaço em que o aluno descobre a importância do “ato interlocutivo” (Rojo, 2006 p. 39) para o processo de aquisição do conhecimento e com o desenvolvimento das aulas, a partir do artigo de opinião, se descobre como um ser dotado de senso argumentativo que é capaz de persuadir e ser persuadido por alguém.
Já que, o texto proporciona condições para múltiplas discussões acerca dos assuntos e acaba envolvendo a comunidade no processo leitor e estreita os laços existentes entre a família e a escola. Com essa perspectiva de trabalho a tendência é melhorar a compreensão da sociedade e das relações individuais e o grupo tem a possibilidade de reorganizar as ações em busca de uma sociedade mais humanitária e participativa.
Portanto, o artigo de opinião na sala de aula tem o compromisso de influenciar direta e indiretamente varias ações do cotidiano e a escola pode fazer a diferença no que se refere ao papel de transformar a sociedade a serviço do bem social.

O trabalho com o artigo de opinião: como aconteceu?

Para começo de conversa, como surgiu a idéia de trabalhar artigo de opinião? Quando a Olimpíada de Língua Portuguesa: Escrevendo o futuro apareceu como sugestão de trabalho na disciplina de Língua Portuguesa com a proposta de gêneros diferentes para cada segmento escolar. Para o Ensino Médio: artigo de opinião.
A idéia de desenvolver a capacidade crítica, reflexiva do aluno de forma coletiva ganhou impulso na escola e o envolvimento dos professores foi fundamental para o sucesso da proposta.
Fazer parte deste projeto é despertar para a necessidade de contribuir no processo de libertação acadêmica que a leitura proporciona e, ainda, compreender a importância do texto como prática social para o crescimento intelectual e individual do Educando.
A escola foi escrita na olimpíada e iniciaram-se as atividades na maratona de leitura acerca do assunto e de toda a preparação para o inicio dos trabalhos.
Os professores se reuniram para a formação acerca da Olimpíada. As discussões giraram nas mais diversas abordagens, mas a grande preocupação era com o conteúdo didático e como atingir todos os alunos de uma sala de aula em média com 45 alunos.
O que se percebia nos debates é que, há uma preocupação do professor em cumprir o “currículo escolar”. Como se trabalhar o artigo de opinião em sala fosse algo desligado dos conteúdos e fosse necessário dedicar um tempo exclusivo para este tema. Uma vez que, de acordo com Suassuna; Melo; Coelho, (2006 p. 227) “o ensino do Português centrou-se nas regras gramaticais que normatizam a variedade lingüística padrão, apresentada nas gramáticas tradicionais, com base em exemplos da literatura, como modelo de bom uso da língua” e a partir desta perspectiva de conteúdo o professor tinha receios de se “perder” e não “terminar os conteúdos”.
A análise gramatical não está dissociada do texto, como pensam alguns professores e alunos e os alunos puderam verificar a importância da gramática nos textos, tanto escrito quanto oral. Acredito que esta proposta foi fundamental para o incentivo à aprendizagem da gramática de forma contextualizada e direcionada aos textos lidos e escritos.
Bom, mas vamos à sala de aula. No primeiro momento, aconteceu a apresentação da idéia e foi aberta uma grande discussão sobre a metodologia que seria utilizada, assuntos que seriam abordados, onde ficariam os conteúdos didáticos (grande preocupação dos alunos). A semente foi plantada, mas de nada adiantaria se os alunos não se sentissem envolvidos no processo e não desejassem participar das atividades, já que é preciso que o aluno se sinta co-responsável pela construção do conhecimento.
As atividades foram todas realizadas de forma que os alunos participassem efetivamente. As leituras, os debates, a dinâmica em cada exercício exigia que a sala se envolvesse. Na primeira oficina, os textos surgiram para que o grupo conhecesse o gênero, não como modelo a ser seguido, mas como forma de informação e apreciação. Durante a segunda, o objetivo era diferenciar a notícia de um artigo de opinião. A partir da terceira oficina o trabalho passou a ser mais detalhado e a atividade consistia em reconhecer bons argumentos, identificar questões polêmicas e as características próprias desse gênero textual.
O ato de argumentar passou a ser um elemento essencial para justificar a opinião dos alunos nos debates e discussões em sala de aula. A leitura passou a ser motivada com a meta de identificar a posição do autor e os argumentos utilizados para defender o ponto de vista, assim como antecipar argumentos contrários. A sétima oficina trouxe uma discussão bastante importante sobre os elementos articuladores e a organização do texto. As várias vozes existentes com as quais o texto dialoga também foram assuntos discutidos.
Na nona oficina, houve o momento da pesquisa com o objetivo de identificar e relacionar as questões polêmicas gerais e locais e na décima, a partir de alguns textos já existentes, o aluno foi convidado a reescrevê-los fazendo as modificações necessárias.
A produção de texto não ficou de fora, já que o texto escrito faz parte do processo e contribui para que o aluno reveja o que foi aprendido acerca do gênero e utilize os elementos gramaticais. E foi ai que o aluno conseguiu perceber a necessidade das aulas de gramática contextualizadas.
O uso da língua em situação comunicacional real trará ao falante à necessidade de utilizar determinados conceitos essenciais a prática discursiva. Portanto, não é relevante estudar as partes essenciais da oração, mas privilegiar, construir, significar e ressignificar os textos na construção de idéias e da necessidade de se posicionar perante situações comunicativas de maneira satisfatória.
A leitura, debate, releituras, registros foram elementos que acompanharam os alunos no desenvolvimento de cada etapa. Após cada atividade realizada percebia-se a diferença nos discursos dos alunos e no compromisso em realizar cada tarefa como algo essencial para o sucesso individual e, consequentemente, do coletivo.
Os trabalhos tomaram dimensões mais profundas, a construção de argumentos, por parte dos alunos, saíram da perspectiva de idéia sem fundamentos e passaram a ter sentido e serem bem elaboradas, com a objetividade de convencer o outro acerca de suas posições.
Durante a realização das ações, as dificuldades encontradas foram discutidas pelo grupo, com o intuito de se chegar a uma solução. O interessante é que mesmo com os empecilhos existentes, alunos e professores buscaram soluções em conjunto e o respeito às individualidades foram essenciais para o sucesso das atividades coletivas.
A aula deixou de ser algo chato, sem emoção, sem perspectiva de crescimento e envolvimento dos alunos (depoimento de alguns alunos) e transformou a visão que se tinha de repasse de conteúdo para a construção de conhecimentos.
Percebeu-se que através do texto como prática social e interação em sala, podem-se trabalhar todos os conteúdos necessários ao crescimento acadêmico do aluno no Ensino Médio. E o mais interessante, com esta abordagem a comunidade escolar vai além, consegue implantar no aluno a necessidade insaciável do aprender. Este é o grande diferencial, transformar a aula em um espaço de construção de conhecimentos e os alunos deixarem de ser apenas coadjuvantes no processo e passarem a ser atores principais no palco da leitura, do conteúdo, da vida escolar como um todo assumindo responsabilidades e acima de tudo sentido que ele, sim, faz parte do processo de construção do conhecimento.

Considerações finais
Este trabalho é apenas mais um elemento que poderá contribuir para a transformação da concepção que se tem de aula e de leitura no processo escolar. A aula deve ser o espaço de construção de conhecimento, que prioriza a participação dos membros, é viva e nela se constrói história. A Leitura proporciona acesso ao conhecimento, mas acima de tudo contribui para se perceber a sociedade e os indivíduos enquanto seres atuantes nas mudanças necessárias ao grupo social.
O artigo de opinião proporciona a possibilidade de o sujeito construir significativamente o sentido do texto de modo que consiga relacionar à vida, pois parte de uma notícia e exige a participação direta do leitor. Os argumentos que o individuo emite após cada leitura são fundamentais para o desenvolvimento do aluno, uma vez que ele precisa acionar o conhecimento de mundo adquirido e ampliá-lo com informações existentes em cada texto.
O resultado deste trabalho vem demonstrar o quanto é necessário que o professor acredite na possibilidade de fazer a diferença e envolva os alunos no processo, levando-os a se perceberem enquanto ser atuante, criativo e que interage com o texto, com o outro e reflete acerca das suas próprias condições sociais.
Em conclusão a este debate pode-se verificar a importância dos gêneros textuais em sala de aula, o papel social que os textos exercem no processo de aquisição do conhecimento. Uma vez “que todas as atividades humanas estão relacionadas ao uso da língua, que se efetiva através de enunciados (orais e escritos)”. (Marcuschi, 2008 p. 155)
A interação enquanto elemento transformador no processo ensino aprendizagem, também foi detectada como algo que contribui para o sucesso do conhecimento em sala de aula.
Este projeto só teve (e tem) a contribuir com o crescimento intelectual de toda a comunidade escolar. É necessário que se perceba que não é só o aluno que aprende com estas atividades, mas todos que estão envolvidos e é preciso que o outro perceba que não há “um sabe tudo”, mas um alguém que compartilha e valoriza os conhecimentos.
A relevância maior do trabalho é que na escola, no ensino de Língua Portuguesa, deve-se ensinar a ler, produzir textos e analisar fenômenos lingüísticos em situação real, concreta de comunicação, mostrando o valor social do texto e não como elementos descontextualizados, enunciados soltos que não contribuem para a transformação do cidadão.
Enfim, a Olimpíada de Língua Portuguesa: Escrevendo o futuro proporcionou oportunidades para alunos e professores repensarem suas práticas, enquanto seres atuantes no processo educacional, levou a comunidade escolar a refletir acerca de suas práticas, mostrou que o texto é o elemento de transformação de conhecimentos e contribui para melhorar a leitura e a escrita dos alunos em sala de aula, redimensionando este espaço de ensino como um local de aprendizagem e sucesso.

4. Referencias Bibliográficas
BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais, tipificação e interação. São Paulo: Cortez, 2005. 165 p.

CHIAPPINI, Lígia. A circulação de textos na escola: um projeto de formação – pesquisa. In: CHAPPINI, Lígia. Aprender e ensinar com textos didáticos e paradidáticos. São Paulo: Cortez editora, 2001. p. 7-15.

CUNHA, Dóris de Arruda Carneiro da. O funcionamento dialógico em noticias e artigos de opinião. In: DIONISIO, Angela Paiva, MACHADO, Anna Rachel & BEZERRA,Maria Auxiliadora. Gêneros Textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 166-179

MARCUSCHI, Luis Antonio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva, MACHADO, Anna Rachel & BEZERRA, Maria Auxiliadora. Gêneros Textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 19-36

___________ - Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. p. 146-225

SHIRLEY,Jurado & ROJO, Roxane. A leitura no ensino médio: o que dizem os documentos oficiais e o que se faz. In: DIONISIO, Angela Paiva, MACHADO, Anna Rachel & BEZERRA, Maria Auxiliadora. Gêneros Textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. p. 37-55

SUASSUNA, Lívia. MELO, Iran Ferreira de. & COELHO, Wanderley Elias. O Projeto didático: forma de articulação entre leitura, literatura, produção de texto e análise lingüística. In: BUNZEN, Clécio & MENDONÇA Marica. Português no ensino Médio e formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006 p. 22